Alerta de Risco: Por Que Usar Sildenafil (Viagra®) com Parkinson Exige Avaliação Médica

Parkinson e Sexo Masculino: Um Guia Completo Sobre Libido

Por SOS Parkinson   •   15 de dezembro de 2025


Alerta de Risco: Por Que Usar Sildenafil (Viagra®) com Parkinson Exige Avaliação Médica

Homens com Parkinson frequentemente buscam Sildenafil (Viagra®) ou Tadalafil (Cialis®) para tratar a disfunção erétil. No entanto, a automedicação é extremamente perigosa. A Doença de Parkinson pode causar Hipotensão Ortostática (queda de pressão), um risco que o Sildenafil potencializa dramaticamente, podendo levar a tonturas severas, desmaios (síncope) e quedas graves. Uma avaliação neurológica e cardiológica é obrigatória antes de iniciar o uso.

 

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Alerta de Risco: Por Que Usar Sildenafil (Viagra®) com Parkinson Exige Avaliação Médica

A Armadilha da “Solução Fácil”

A disfunção erétil (DE) é uma das queixas mais comuns e frustrantes para homens com Doença de Parkinson (DP). É natural, portanto, buscar a solução mais conhecida: medicamentos como o Sildenafil (Viagra®) ou Tadalafil (Cialis®). Afinal, eles são eficazes, conhecidos e funcionam para milhões de homens.

O problema é que, para um paciente com Parkinson, o que parece uma solução simples carrega um risco oculto e grave. A automedicação ou o uso baseado em uma prescrição antiga (de antes do diagnóstico de DP) pode levar a consequências sérias, incluindo quedas e hospitalização.

Este artigo explica exatamente por que você nunca deve tomar esses medicamentos sem uma avaliação específica do seu neurologista.

 

A Ligação Direta: Por que o Parkinson Causa Disfunção Erétil?

Para entender o risco, precisamos primeiro entender por que a DE é tão comum no Parkinson. Não é apenas “psicológico” ou “coisa da idade”. As causas estão ligadas à própria doença:

  1. Causa Neurológica (Disautonomia): Esta é a mais importante. O Parkinson afeta o sistema nervoso autônomo, a rede de nervos que controla funções involuntárias, como a digestão, os batimentos cardíacos e, crucialmente, o fluxo sanguíneo necessário para a ereção.
  2. Causa Psicológica: A ansiedade de desempenho, a baixa autoestima causada pela doença e a depressão (um sintoma não-motor comum) podem bloquear mentalmente a resposta sexual.
  3. Causas Circulatórias: Muitos pacientes na faixa etária do Parkinson também têm comorbidades (diabetes, hipertensão) que afetam a circulação geral.

 

O Conflito Central: Parkinson vs. Sildenafil

Aqui está o cerne do perigo. É um conflito direto entre um sintoma comum do Parkinson e o mecanismo de ação do Sildenafil.

 

O Problema do Parkinson: Hipotensão Ortostática (HO)

A mesma disautonomia que afeta a ereção também afeta o controle da sua pressão arterial.

Em uma pessoa saudável, quando você se levanta, seu sistema nervoso autônomo contrai os vasos sanguíneos das pernas para garantir que o sangue suba para o cérebro. Em muitos pacientes com Parkinson, esse “termostato” da pressão está quebrado.

Quando o paciente com HO se levanta, o sangue “empossa” nas pernas, a pressão arterial cai abruptamente e o cérebro fica sem oxigênio por alguns segundos. O resultado é a Hipotensão Ortostática (HO): tontura intensa, visão turva, “vista escura” e, em casos graves, desmaio (síncope).

 

O Problema do Sildenafil (Viagra®): Vasodilatação

Agora, vamos ver o que o Sildenafil faz. Ele pertence a uma classe de medicamentos (inibidores da PDE5) cujo trabalho é ser um vasodilatador.

De forma simples, ele relaxa e alarga os vasos sanguíneos do corpo todo. Isso permite que mais sangue flua para o pênis (quando há estímulo), mas também causa uma queda geral na pressão arterial sistêmica.

 

O Risco Real: Quando os Dois Problemas se Somam

Percebeu o conflito?

Você tem uma doença (Parkinson com HO) que já faz sua pressão cair perigosamente.

E você toma um remédio (Sildenafil) cujo principal efeito é… fazer sua pressão cair.

O que acontece quando o paciente toma Sildenafil? A pressão arterial, que já é instável, cai ainda mais. O risco de um episódio de hipotensão ortostática grave aumenta exponencialmente.

O cenário perigoso é este: O paciente toma o Sildenafil. Durante a relação sexual ou, mais comumente, ao se levantar da cama após a relação, a combinação dos dois fatores faz a pressão arterial despencar. O resultado é uma tontura severa, um desmaio súbito e uma queda.

Para um paciente com Parkinson, que já pode ter problemas de equilíbrio e reflexos protetores diminuídos, uma queda pode ser catastrófica, levando a fraturas graves (como de quadril) ou traumatismos cranianos.

 

“Mas Meu Cardiologista Liberou o Viagra Anos Atrás”

Esta é uma armadilha comum. Uma avaliação cardiológica feita antes do diagnóstico de Parkinson, ou por um médico que não está ciente da sua disautonomia neurológica, não é válida.

O risco aqui não é (apenas) o seu coração. O risco é a interação neurológica entre a disautonomia causada pelo Parkinson e o efeito vasodilatador do Sildenafil. O seu neurologista deve estar obrigatoriamente envolvido nessa decisão.

 

A Solução Segura: Como Usar Sildenafil (ou similar) com Parkinson

Isso significa que um homem com Parkinson nunca pode tratar a disfunção erétil? Não.

Significa que o tratamento deve ser feito com extrema cautela e supervisão médica rigorosa. A solução segura envolve:

  1. Avaliação Multidisciplinar: O neurologista deve trabalhar em conjunto com o urologista e, se necessário, o cardiologista.
  2. Diagnóstico de HO: O primeiro passo é o seu neurologista avaliar se você tem Hipotensão Ortostática. Isso pode envolver testes simples, como medir sua pressão deitado e, em seguida, em pé.
  3. Ajuste de Dose: Se o uso for considerado seguro, o médico quase sempre começará com a menor dose possível(ex: 25mg de Sildenafil, em vez dos 50mg ou 100mg usuais) para testar a sua tolerância.
  4. Monitoramento: O médico dará orientações claras sobre como monitorar os sintomas e o que fazer se sentir tontura.

 

Não se Automedique. Fale Conosco. (CTA)

Tratar a disfunção erétil é uma parte importante da qualidade de vida. Mas tentar fazer isso sozinho, comprando Sildenafil sem prescrição ou usando uma receita antiga, é uma roleta-russa com a sua segurança.

Na clínica SOS Parkinson Moema, nossa equipe multidisciplinar entende os riscos únicos que pacientes com Parkinson enfrentam. Estamos preparados para avaliar sua saúde autonômica, cardiovascular e neurológica para criar um plano de tratamento para a disfunção erétil que seja, acima de tudo, seguro.

Não arrisque uma queda grave. Agende uma avaliação e vamos encontrar uma solução juntos.


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