Hipersexualidade no Parkinson: Remédio Compulsividade

Por SOS Parkinson • 20 de novembro de 2025

Por SOS Parkinson • 20 de novembro de 2025
Hipersexualidade no Parkinson: Quando o Remédio Causa Comportamento Compulsivo (Guia para Pacientes e Famílias): A hipersexualidade é um dos efeitos colaterais mais angustiantes e incompreendidos da Doença de Parkinson. Ela não é uma falha moral ou uma mudança de caráter, mas sim um sintoma químico, um transtorno do controle de impulsos (TCI) diretamente causado por certas medicações. Reconhecer os sinais e relatar imediatamente ao neurologista é o único caminho para a solução, que geralmente envolve um simples ajuste da terapia medicamentosa.
Enquanto a maioria dos artigos (incluindo os nossos) foca na perda da libido causada pelo Parkinson, uma minoria de pacientes e suas famílias enfrenta o exato oposto: um aumento intenso, incontrolável e muitas vezes destrutivo do desejo e do comportamento sexual.
Fale agora com um especialista e tire suas dúvidas imediatamente.
Isso é a hipersexualidade. Não se trata de um simples aumento do desejo, mas de um comportamento compulsivo. O paciente pode se sentir incapaz de parar, mesmo que seus atos causem vergonha, problemas financeiros ou conflitos graves no relacionamento.
Se você está passando por isso como paciente, ou assistindo a isso como familiar, a primeira e mais importante mensagem deste artigo é: Isto não é uma falha de caráter. É um efeito colateral químico e tratável.

Hipersexualidade no Parkinson: Remédio Compulsividade
Para entender por que isso acontece, precisamos falar sobre a medicação. O Parkinson é causado pela falta de dopamina. Para tratar a doença, usamos remédios que aumentam ou imitam a dopamina no cérebro.
A classe de medicação mais associada a esse problema são os Agonistas Dopaminérgicos (nomes comuns: Pramipexol, Ropinirol).
A hipersexualidade é um tipo de TCI, assim como o jogo patológico (compulsão por apostar), as compras compulsivas e a compulsão alimentar (comer descontroladamente). O paciente não está escolhendo fazer isso; ele está respondendo a um comando químico que sequestrou seu sistema de recompensa.
Muitas vezes, o próprio paciente não percebe a mudança ou, se percebe, sente vergonha demais para falar. Por isso, o papel da família e do(a) parceiro(a) é crucial para identificar os sinais de alerta.
Fique atento se o paciente apresentar mudanças de comportamento como:
Se você notar esses sinais, entenda que seu parceiro(a) não “enlouqueceu” ou “deixou de te amar”. Ele(a) provavelmente está sob o efeito de um TCI.
Para o paciente, a vergonha pode ser paralisante. Ele pode se sentir um “monstro” ou “pervertido”, escondendo seu comportamento a todo custo.
Para o(a) parceiro(a), os sentimentos de traição, raiva e confusão são igualmente devastadores.
É vital que ambos entendam: a culpa é do remédio, não da pessoa.
O comportamento compulsivo é tão parte do Parkinson quanto o tremor ou a rigidez, com a diferença de que ele é causado pelo tratamento, e não pela doença em si. E, assim como um sintoma motor, ele deve ser tratado clinicamente.
Este problema não se resolve com terapia de casal, força de vontade ou discussões morais. Ele se resolve com ação médica.
O diagnóstico de um TCI como a hipersexualidade pode ser devastador, mas a recuperação é absolutamente possível. Este é um problema que exige uma abordagem firme, empática e especializada.
Na clínica SOS Parkinson Moema, nossa equipe de neurologistas está altamente treinada para identificar e manejar os Transtornos do Controle de Impulsos. Entendemos a delicadeza do assunto e tratamos a situação com a seriedade médica que ela exige, trabalhando em conjunto com psicólogos para ajudar o paciente e a família a lidar com as consequências emocionais desse período.
Se você ou seu familiar está sofrendo com comportamentos compulsivos, não sofra em silêncio. A culpa não é sua. Agende uma avaliação conosco imediatamente.
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