Meu Parceiro Parkinson: Como Lidar as Mudanças na Intimidade

Por SOS Parkinson • 12 de novembro de 2025

Por SOS Parkinson • 12 de novembro de 2025
Meu Parceiro(a) tem Parkinson: Como Lidar com as Mudanças na Intimidade e Apoiar a Relação: Quando o Parkinson entra em um relacionamento, ele afeta mais do que a mobilidade; ele afeta a dinâmica do casal, especialmente a intimidade. Para o(a) parceiro(a) saudável, sentimentos de confusão, rejeição ou culpa são comuns. É crucial entender que as mudanças na sexualidade raramente são sobre falta de amor ou desejo pelo(a) parceiro(a), mas sim sintomas diretos (químicos e físicos) da doença ou efeitos colaterais da medicação. A intimidade pode e deve continuar, mas exigirá adaptação, comunicação e um novo entendimento mútuo.
Para o(a) parceiro(a) de alguém com Doença de Parkinson (DP), um dos primeiros e mais dolorosos desafios pode ser a diminuição do desejo sexual do outro. É natural e humano internalizar isso como rejeição: “Ele(a) não me acha mais atraente?” ou “Será que o amor acabou?“.
É fundamental que você, como parceiro(a), entenda que, na maioria esmagadora dos casos, isso não é sobre você. A causa é frequentemente química e física:
Separar a doença da pessoa que você ama é o primeiro passo para preservar a conexão emocional.
Muitas vezes, o(a) paciente com Parkinson começa a evitar a intimidade não por falta de desejo, mas por causa de barreiras físicas que geram dor, desconforto ou constrangimento.
O medo de sentir dor, ou a vergonha de não “performar” como antes, é uma barreira maior que a própria doença.
Embora a baixa libido seja o mais comum, alguns parceiros enfrentam o cenário oposto e assustador: o(a) paciente com Parkinson desenvolve um desejo sexual intenso, inadequado ou compulsivo. Isso é conhecido como Transtorno do Controle de Impulsos (TCI) ou hipersexualidade.
Isto é uma emergência médica. Não é uma falha de caráter do seu parceiro(a).
É um efeito colateral raro, mas conhecido, de certas medicações para Parkinson (especificamente os Agonistas Dopaminérgicos), que superestimulam os centros de recompensa do cérebro. Se o seu parceiro(a) apresentar comportamentos sexuais compulsivos (como uso excessivo de pornografia ou demandas inapropriadas), relate isso imediatamente ao neurologista. O ajuste da medicação geralmente resolve o problema.
Este é um ponto de segurança crucial para você, como parceiro(a). Muitos pacientes com Parkinson sofrem de Hipotensão Ortostática – uma queda abrupta da pressão arterial ao se levantar, causando tonturas severas ou desmaios.
Se o seu parceiro usa medicamentos para disfunção erétil (como Sildenafil ou Tadalafil), esse risco aumenta, pois esses remédios também baixam a pressão. O casal precisa estar ciente do risco de tontura ou queda após a relação sexual ou ao levantar-se da cama. O apoio e a observação do parceiro(a) são fundamentais para prevenir acidentes.
A intimidade não precisa acabar; ela precisa evoluir. Isso exige que ambos participem ativamente da solução.
Parem de tentar adivinhar. O silêncio é o maior inimigo da intimidade.
A espontaneidade pode ser a primeira vítima do Parkinson, e tudo bem. Planejar a intimidade pode ser incrivelmente eficaz (e até romântico).
Se a penetração se tornou difícil, dolorosa ou fonte de ansiedade, tire-a da mesa temporariamente. A intimidade é muito mais ampla:
Sejam práticos. Pequenas mudanças podem ter um impacto enorme:
Ser o(a) parceiro(a) de alguém com Parkinson pode ser solitário. Lembre-se de que o Parkinson afeta o casal, e o tratamento também deve envolver o casal.
Incentive seu parceiro(a) a falar sobre isso com a equipe médica, e vá às consultas junto com ele(a). Muitas vezes, o paciente tem vergonha de levantar o assunto, mas o(a) parceiro(a) pode (e deve) advogar por essa necessidade.
Na clínica SOS Parkinson Moema, entendemos que o Parkinson afeta toda a família e a dinâmica do relacionamento. Nossa equipe multidisciplinar – incluindo neurologistas, psicólogos, urologistas e fisioterapeutas pélvicos – está aqui para apoiar ambos na busca por soluções que preservem a qualidade de vida e a intimidade. Não deixe que o silêncio dite as regras da sua relação. Agende uma avaliação
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