Parkinson e Sexualidade Feminina: Um Guia Completo Libido

Por SOS Parkinson • 05 de novembro de 2025

Por SOS Parkinson • 05 de novembro de 2025
Parkinson e Sexualidade Feminina: Um Guia Completo Sobre Libido, Lubrificação e Intimidade
A disfunção sexual em mulheres com Doença de Parkinson é uma realidade frequentemente subestimada, mas que impacta profundamente a qualidade de vida. Envolve uma interação complexa de fatores como a redução da dopamina, sintomas motores e não-motores, além de questões psicológicas. Felizmente, com a abordagem multidisciplinar correta – que pode incluir neurologia, ginecologia, fisioterapia pélvica e apoio psicológico – é possível encontrar estratégias e tratamentos para resgatar a intimidade e o bem-estar sexual.
“O Tabu Duplo”: Ser Mulher, Ter Parkinson e Falar Sobre Sexo
Para muitas mulheres que vivem com a Doença de Parkinson (DP), a ideia de discutir a sexualidade com seus médicos ou até mesmo com suas parceiras(os) pode ser um verdadeiro “tabu duplo”. Há a vergonha natural associada a problemas sexuais e, somada a isso, a percepção de que a sexualidade não é uma prioridade frente aos desafios motores do Parkinson.
No entanto, a sexualidade é uma parte intrínseca da identidade feminina e um componente vital da qualidade de vida. Ignorar o impacto da DP nesse aspecto é negligenciar uma parte fundamental do bem-estar e da saúde mental da mulher. É crucial quebrar esse silêncio e validar a experiência feminina, reforçando que suas preocupações são legítimas e merecem atenção especializada.
A queda no desejo sexual (libido) é uma das primeiras e mais comuns queixas relatadas por mulheres com Parkinson. Assim como nos homens, isso tem raízes profundas na neuroquímica da doença.
Além da redução da libido, os sintomas motores e não-motores do Parkinson podem criar barreiras físicas diretas para uma relação sexual satisfatória.

Parkinson e Sexualidade Feminina: Um Guia Completo Libido
O orgasmo é o ápice da resposta sexual e um evento neurológico altamente complexo. No contexto do Parkinson, a capacidade de atingir o orgasmo (anorgasmia ou dificuldade orgástica) pode ser afetada por uma série de fatores interligados:
É comum que o diagnóstico de Parkinson em mulheres ocorra em um período próximo à perimenopausa ou menopausa. Essa sobreposição pode tornar o cenário da sexualidade ainda mais complexo, pois os sintomas de ambas as condições podem ser similares:
É de extrema importância que a mulher passe por uma avaliação ginecológica completa. Isso ajudará a equipe médica a discernir o que é puramente hormonal e o que é diretamente relacionado ao Parkinson, permitindo uma discussão informada sobre a segurança e os benefícios de terapias de reposição hormonal (TRH) ou outras intervenções ginecológicas, sempre em conjunto com o neurologista.
Embora a baixa libido seja a norma, é vital abordar a possibilidade oposta. Uma pequena parcela de pacientes, homens e mulheres, pode experimentar um aumento intenso e, por vezes, incontrolável do desejo sexual. Isso é conhecido como hipersexualidade, um tipo de Transtorno do Controle de Impulsos (TCI).
FATO OBRIGATÓRIO: É crucial entender que isso não é uma falha de caráter ou um problema moral, mas sim um efeito colateral neurológico raro de certos medicamentos usados no tratamento do Parkinson, principalmente os Agonistas Dopaminérgicos (como pramipexol ou ropinirol). Esses medicamentos podem superestimular os centros de recompensa do cérebro.
Os sinais podem incluir um aumento compulsivo na busca por atividade sexual, envolvimento em comportamentos de risco ou uma fixação em temas sexuais. Se a mulher, sua parceira(o) ou cuidador notar qualquer um desses comportamentos, é fundamental que o fato seja imediatamente relatado ao neurologista para ajuste da medicação.
Apesar dos desafios, existem muitas estratégias e recursos para ajudar as mulheres com Parkinson a resgatar sua intimidade e desfrutar de uma vida sexual satisfatória.
A sua sexualidade não precisa ser definida pelo Parkinson. Os desafios sexuais femininos no Parkinson são complexos e exigem uma avaliação cuidadosa e um cuidado que enxergue a mulher por completo. A solução mais eficaz geralmente envolve uma equipe multidisciplinar: o neurologista (para ajustar a medicação e avaliar a saúde neurológica), o ginecologista (para questões hormonais e saúde vaginal), o fisioterapeuta pélvico (para dor e disfunção do assoalho pélvico) e, muitas vezes, o psicólogo ou terapeuta sexual (para apoio emocional e comunicação do casal).
Na clínica SOS Parkinson Moema, entendemos os desafios únicos que as mulheres enfrentam. Nossa equipe multidisciplinar é especializada em diagnosticar a causa exata do problema—seja ela motora, autonômica, hormonal ou psicológica—e criar um plano de tratamento seguro e integrado com sua terapia de Parkinson. Não deixe que a doença dite as regras da sua intimidade. Agende uma avaliação conosco.
(Fim do Artigo)
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